Visão de uma psicóloga sobre o vício de jogo

Como qualquer vício, não é fácil fazer o diagnóstico e mais difícil ainda, aceitar a hipótese que é um viciado.

Como um jogo de azar, a bolsa de valores também tem seus momentos de incertezas, além da estatística do mercado e das influências financeiras globais, há algo não controlável.

Se há algo não controlável, por que tantos arriscam?

Uma das possíveis resposta é o sentimento de vazio que precisa ser preenchido. 

No movimento de afastar o que traz sofrimento e atrair o que dar prazer, tem como o outro a responsabilidade da perda.

Em uma versão histórica,  existem relatos dos primeiros jogos feitos no Brasil, especificamente jogos de azar, desde 1784. Ou seja, a questão de apostar e tentar compreender as apostas não é atual.

Segundo DSM-5, quando se analisa o Transtorno de Jogo tem como quadro clínico alguns indícios, por exemplo as três fases evidenciadas neste transtorno, que são:

A primeira fase das vitórias, que são marcadas por experiências iniciais positivas, com ganhos iniciais poucos, mas com significação simbólica muito importante aliado ao sentimento de prazer da conquista e do poder. O tempo desta fase depende do jogo, da temporalidade das jogadas, do quanto aposta, por isso, pode ser anos ou meses;

A segunda fase é das perdas, que com ela surge a primeira quebra pessoal financeira, mas que não deixa o jogador parar. O jogador normalmente busca recursos financeiros com terceiros, com a desculpa de parar assim que conseguir recuperar o prejuízo; e

A terceira e última fase é o desespero, o sujeito não consegue recuperar o prejuízo e se conseguiu recuperar, não cumpre a promessa de sair, com isso, se afunda mais em outros prejuízos com valores maiores. Nesse momento a pessoa já está esgotado fisicamente e psicologicamente, não confia mais em nenhuma ação vinda dele, poderá ser abandonado pela família e perda de emprego, surgindo comportamentos que o levam a ruptura com a sociedade e com pensamentos suicidas.

Contudo, o diagnóstico tem que ser personalizado, pois cada um tem sua genética e sua história de vida, que são fatores primordiais para uma conclusão da hipótese inicial.

Esse assunto é extenso, estarei aqui neste blog escrevendo mais sobre o vício de jogo.

Contudo, quem tiver alguma indagação sobre o assunto, estarei à disposição para responder!

Um abraço!

Psicóloga Patrícia de Sousa Siqueira dos Santos

CRP 01/21057

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